terça-feira, 5 de abril de 2011

Resumo - Introd. do livro do Battista Mondin

Resumo da Introdução do livro Introdução à Filosofia de Battista Mondin
O homem, por ter inteligência, consciência de sua existência e senso crítico e ético, vive em meio ao seus múltiplos questionamentos. A filosofia visa tranquilizar e estimular a mente humana a continuar gerando dúvidas e formulando hipóteses sobre a realidade que a cerca a fim de manter o desenvolvimento constante do saber.
Segundo o Doutor em Filosofia e Religião por Harvard, Battista Mondin, a filosofia é um conhecimento cuja esfera de atuação não encontra, como nas ciências exatas, limites bem demarcados. Logo, pode-se inferir que ela estuda a plenitude da vida, tudo. O estudioso italiano cita na introdução da sua obra "Introdução à Filosofia" grandes pensadores para elucidar o conceito desse saber,tais como: Aristóteles - que diz ser a definição de filosofia o estudo das "causas últimas de todas as coisas", Cícero - quem afirma ser a filosofia o "estudo das causas humanas e divinas das coisas", Descartes - sábio que a entende como o "bem raciocinar", Hegel - que a define como "saber absoluto" e Whitehead - que sugere ser tarefa da filosofia a "explicação orgânica do universo".
Com a finalidade de fundamentar sua afirmação (de que a Filosofia estuda tudo), Battista expõe duas razões convincentes. A primeira faz referência ao fato de todas as coisas poderem ser analisadas filosoficamente, chamando atenção à questão da pesquisa filosófica acerca do existir. Enquanto os cientistas de diversas áreas pressupoem já resolvidos assuntos como a liberdade, a natureza do mal, a origem, o valor da vida, do conhecimento humano e da lei moral, os filósofos dedicam suas vidas à busca de informações válidas, precisas e ordenadas. A segunda razão exposta concebe ser o objeto da filosofia o universo tomado globalmente.
Buscando parâmetros para atribuir à filosofia um caráter específico, o professor Battista define três características peculiares inerentes a esse saber: o seu instrumento de pesquisa, o seu método e o seu escopo (finalidade). Aquele se refere à concepção platoniana de "raciocínio puro", esse é essencialmente raciocinativo (indução e dedução) e este não está voltado para fins práticos, unicamente, para o preenchimento das inúmeras lacunas do conhecimento humano, o que seria um fim teórico. Battista ainda se apóia na Metafísica de Aristóteles a fim de reafirmar sua visão de que a filosofia é livre enquanto não está sujeita a qualquer utilização de ordem prática, e, portanto, se realiza e se resume na pura contemplação do verdadeiro.
Ainda que a filosofia abranja tudo, os principais temas estudados são: a lógica (exatidão do raciocínio), a epistemologia (valor do conhecimento), a metafísica (fundamento último das coisas em geral), a cosmologia (constituição das coisas materiais), a ética (origem e natureza da lei moral, da virtude e da felicidade), a psicologia (natureza humana e suas faculdades), a política (origem e estrutura do Estado), a estética (problema do belo, da natureza e função da arte), a antropologia cultural, a teodicéia (religião) e a axiologia (juízo de valores).
Consoante com o pensamento de Battista, a civilização está profunda e gravemente doente, e todos os problemas que derivam disso só poderão ser entendidos e futuramente solucionados, caso se use a filosofia, não como mero exercício acadêmico, mas como instrumento fundamental de compreensão do mundo.

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