quarta-feira, 13 de abril de 2011

AULA 07 EP - Rossal

- Equação do pensamento econômico
- Os abusos do liberalismo econômico
- A reação socialista
- O Sindicalismo Reformista
- A Crise de 1929
- O pensamento de J.M.Keynes - intervenção do estado na economia; O Estado social; Neoliberalismo; A situação atual e a crise de 2008

OBS.: O sistema financeiro (mercado derivado - autônomo) e o de trabalho são derivados do mercado.

Até o século XIX, há pouquíssima intervenção do Estado no mercado, reinava o liberalismo econômico. Fase de neocolonialismo: disputas por mercados coloniais (resultam na Grande Guerra 1914/18).

Estado até a primeira metade do século XIX: funçõs de defesa (polícia); de poder Judiciário e de tributação.

A partir da segunda metade do séulo XIX, destaca-se a questão social: exploração dos trabalhadores

Explodem movimentos revolucionários e surge o socialismo utópico. De forma mais organizada, o socialismo científico (Marx, Engels...) aparece pouco depois. O sindicalismo que ocorreu nessa época tem DUAS vertentes:

- Vertente Reformista : origina o partido trabalhista na ING que hoje disputa com os conservadores o poder político. / Quando aparecem os trabalhistas, os liberais entram em declínio. Eles não pregam o fim do capitalismo, mas uma intervenção moderada na economia. As pressões sociais dão origem ao direito do trabalho, aos financiamentos de habitação e ampliam, indiretamente, o mercado interno, pois, paralelamente, novas formas de produzir corroboram para o crescimento deste: fordismo e taylorismo.
= Fordismo: produção em massa >> queda dos preços >> explosão de consumo
= Sistema de financimento >> boom nas construções civis

- Vertente Revolucionária : parido comunista francês, alemão e russo (Rev. 1917)
= Belle époque - fim do século XIX >> prosperidade econômica ( em Buenos Aires as construções foram feitas de pedras brutas, auge da belle époque). Os ingleses montavam estações de trens inteiras e mandavam instalar em outros países, o capitalismo foi a queda das barreiras naturais, mercados adormecidos se expandiram. O mercado estava se desenvolvendo, Rev Industrial, começa-se a produzir mais alimentos, tranportes e a formar malhas industriais, porém o custo ao trabalhador era sua superexploração e a desigualdade de distribuição de renda.
Temendo reações violentas dos trabalhadores insatisfeitos e revoltosos, parte do capitalismo começa a ceder às pressões populares. Há a regulamentação da jornada de trabalho, o estabelecimento de repousos semanais, de férias, de melhores condições de salubridade e de caixas de previdência. Essas reformas fizeram parte do chamado Estado de Bem Estar Social.

- O Estado de Bem-Estar Social começa na Europa com Bismarck (AL) e depois nos EUA. O
O reflexo das pressões sociais é o Estado Social, e a criação dos Direitos constitucionais de segunda geração: educação, saúde, previdência social, trabalho, habitação... ( os de primeira são os naturais, os de propriedade, os de igualdade jurídica, enfim, direitos fundamentais adquiridos pela Revolução Francesa)

A primeira grande crise da economia clássica se deu na Grande Guerra e o auge foi durante o Entre Guerras ( crise da Bolsa de 1929). Embora o Estado viesse fazendo intervenções na economia e reformas sociais, o mercado ainda era livre. Havia muitos bancos, cada cidade tinha o seu praticamente, e o comércio de papéis era muito grande. As empresas prosperavam com o desenvolvimento do capitalismo.

- Como se deu a crise: Um grupo de pessoas com dinheiro resolve fazer uma sociedade e iniciar uma empresa. No embalo do progresso do capitalismo o consumo de sua produção é farto. Em um determinado momento é preciso comprar mais maquinário a fim de multiplicar a produção. Há duas opções, então:
a) empréstimo bancário (não havia bancos que emprestassem com juros baixos);
b) transformar a empresa em ações e vendê-las com a promessa de valorização destas

A segunda opção foi amplamente acataca e o que era companhia limitada vira sociedade anônima para a empresa ser dividida em ações. Os acionistas confiam que a empresa vá prosperar e que vão conseguir dividendos (lucros), por isso, compram as ações por um valor maior do que o quanto elas valeriam no momento da compra.

Quem emite o papel moeda é o Estado. As cédulas são feitas pelo governo, que estabelece seus valores por convenção. Então, se tudo der errado, é o Estado que se compromete em reestabelecer uma situação favorável. Os acionistas trocam seu dinheiro por ações, e as vendem por um maior valor especulando que elas irão valer muito mais em pouco tempo. Com a especulação, de um dia para o outro as pessoas enriquecem. Os condomínios da Flórida que, num dado dia, eram vendidos a cem dólares cada (por exemplo), estavam sendo vendidos a mil no dia posterior.

Acionistas que compram direto da empresa são de primeira geração, quem deles comprar será de segunda geração. Pouco antes da crise, nos EUA, os acionitas já eram da sexta, sétima geração. Prova de que a especulação era gigantesca.

Chegou uma hora em que os acionistas não conseguiram mais vender suas ações por um preço maior do que o que compraram, então, prevendo a crise, as vendem por um preço menor, tendo certo prejuízo. Começa o efeito dominó, ou efeito manada: em poucos dias os outros acionsistas já venderam suas ações antevendo que algo não ia bem. Isso fez pessoas que tinham milhões em um dia ficarem pobres em questão de horas, perdendo tudo. Ninguém mais queria comprar ações, as pessoas deixaram de acreditar na validade delas. O mês negro de outubro de 1929 se prolongou por anos.

Como o Estado estava intervindo muito pouco, o que se acusa é que o governo deixou que a crise ocorresse por causa do dogma liberalista. Somente 10 anos depois do crash da bolsa de Nova Iorque é que o mundo conseguiu voltar a progredir.Antes disso, o comércio regrediu, pois os países começaram a se proteger mais. Terras deixaram de ser cultivadas, os níveis de desemprego cresceram, a fome se expandiu...

Sure, então, Keynes, da universidade de Cambridge, professor influente, criando o keynesianismo. As pessoas não queriam investir, o dinheiro que sobrou ficou resguardado pelo governo. No BR, sacas de café foram queimadas para não baixar o preço do produto. Tudo estava quebrado. o que fazer? A crise assolava mesmo os países periféricos. Passado o trauma inicial, foi proposto um Pacto para se reconstruir a confiança das pessoas na economia. Como ninguém tinha dinheiro para reativar a economia, o governo assumiu a responsabilidade e os trabalhadores foram obrigados a acreditar na política econômica adotada. O Estado começou a emitir moeda com a promessa de investimentos em obras públicas ( Roosevelt). Os impostos a curto e médio prazo iriam cobrir estes gastos no futuro. O problema dessa política é que é muito arriscada, os cidadãos têm que confiar. Keynes criou um grande plano de obras públicas envolvendo os desempregados que estavam muito próximos da marginalidade e, consequentemente, da ilicitude.

Concomitantemente, a indústia bélica recebe respaldo graças ao militarismo. As desavenças da Grande Guerra se ativaram com a Crise de 29, então, os países começaram a se militarizar. Surge o extremismo nazista.

De um lado: URSS + o Leste Europeu (países do Pacto de Varsóvia, Metade da AL, Tchecoslováquia, Polônia e a Russia).

Do outro: se firmam potências industriais com intervenção moderada na economia. Surgem os bancos centrais para regular o mercado incisivamente e não permitir novas crises. O keynesianismo leva à criação do FMI a fim de que uma possível crise local não se alastre. Além disso, é criado o Banco Mundial que faria os grandes financiamentos para permitir que as potências capitalistas garantissem mercados internacionacionais. Para que o FMI emprestasse dinheiro era necessário que se adotasse algumas medidas (superávit primário...). Essa política é muito exitosa e leva à criação de estatais: empresas aéreas, petrolíferas... Alguns países controlavam o fumo com estatais, o açúcar...

O intervencionismo regulou a atividade mercantil sem acabar com o capitalismo. Surgem as grandes estruturas normativas bancárias.

Nos anos 70, contudo, ocorreu a Crise do Petróleo que pôs fim ao Estado de Bem-Estar Social. Países Árabes em conjunto com a Venezuela formaram o cartel petrolífero chamado OPEP. A economia entra em colapso. A crise levou ao aumento dos preços do petróleo que é matéria prima homogênea para muitos mercados. Como não se podia mexer nos preços do petróleo, o governo retirou dinheiro dos trabalhadores através da cobrança de impostos. O problema é que cobrar impostos sem gerar riquezas faz a economia estagnar. Os neoliberais, então, aparecem sugerindo uma solução plausível e praticável à crise econômica. As idéias neoliberais são dos anos 50, mas se destacaram durante a crise. Os grandes nomes foram: I. Hayelk, (Direito Liberdade e Servidão) e M. Friedmann (Teoria dos Preços).

As política neoliberais foram exitosas ao longo dos anos 80 e 90: governos do Bush, do FHC, do Reagan... Consistiam em diminuir os custos trabalhistas a fim de melhorar a competitividade entre empresas. A crise do neoliberalimo foi em 2008 com o problema das hipotecas (crise na construção civil). Como o Estado deixou de controlar o mercado, a hipoteca já chegava a 50 anos (com 50 anos, as pessoas morrem antes de pagar). Havia uma superexploração imobiliária, o custo do espaço era muito alto, então, para as pessoas comprarem imóveis, as hipotecas tinham de er negociadas com o aumento do número de anos. As seguradoras das hipotecas quebraram, os bancos das seguradoras quebraram e, assim, a quebradeira foi generalizada - efeito dominó. Como o mundo já havia aprendido com as crises anteriores, os efeitos não foram tão arrasadores como os das passadas.

Não existe uma solução mágica econômica, as características particulares de cada país são relevantes. Ex.: o Japão estava se recuperando da crise e veio o tsunami. Os economistas devem pensar na margem.

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